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11 de abril de 2013

Não mais

E logo estará deitado, dormindo, de sapatos e com o paletó abotoado. E as pessoas que o acham chato jamais sua voz ouvirão. E o barbeiro que corta o seu cabelo, em quanto comenta o capítulo da novel do dia anterior, jamais ganhará dele se quer um tostão. Assim como o dentista que identificava suas cáries e a moça do outro lado do balcão. E não mais terá que acatar as ordens do patrão. Alguns sentiram sua falta, outros não. Ele não mais dará lucro a vendedores de cigarros, cerveja e camisinhas. Pois no estado em que se encontra, não consegue fumar, beber nem transar. Sua mãe, se estivesse viva, choraria, mas está feliz, pois o filho foi de encontro à criação.

CASTRO 11/04/2012

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