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15 de agosto de 2016

Nunca diga nunca

Por André de Castro


O Pachequinho, filho de seu Pacheco e da dona Gertrudes, separados há anos, vivia contrariado em ter que passar um final de semana na casa de um e de outro. A raiva era tanta que Pachequinho nem se quer dava bola pra namoradinha ou coisa do tipo. Conheceu Dalila no primeiro dia de aula, já na faculdade. Começaram a namorar. Na primeira avançada de pachequinho, a garota de família tradicional, deixou bem claro: "essas coisas só depois de anel no dedo e papel passado". Após seis meses, dona Gertrudes não entendeu nada. O padre se dirigiu a Pachequinho e disse: "pode beijar a noiva".

Pedro Lucas, "o correto", criticava a burocracia e o funcionalismo público: "jamais vou mamar na teta do governo", dizia. Chegou a ser sócio de uma empresa de roupas que faliu. Hoje está cheio de olheiras. Passa noites em claro, estudando lei orgânica, lógica e redação. Tem meses que viaja pra outros estados pra fazer provas.

A então menina Lorena, em tempos de faculdade, queria mudar o mundo. Hoje, mulher, só quer um emprego.

Gabriel, filho do garí, seu Zé, já se conformava em seguir a profissão do pai. Semana passada, seu zé chorou no aeroporto, ao se despedir do filho. Após a residencia, Gabriel foi agraciado com uma bolsa pra se especializar em medicina na França.

Seu Francisco Mota, dono da mercearia, tinha tantos problemas de saúde aos 40, acreditava não chegar aos 50. Já na casa dos 80, resolveu fazer uma ultima batida de exames. O médico disse que seu Francisco tem a saúde de um touro.

A vida tem dessas coisas.

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