Na Universidade Católica de Brasília (UCB), ética e cidadania predominam no discurso, mas não na hora de estacionar, quando pessoas desrespeitam a lei e estacionam em vagas reservadas a deficientes e idosos. A infração acontece com frequencia, principalmente nos estacionamentos mais movimentados, como os do bloco M e bloco Central. A administração do estacionamento é terceirizada e realizada pela empresa Maranata, cujos funcionários advertem mas não denunciam os infratores. De acordo com Márcio Rodrigues, 33, cadeirante, estudante do quarto semestre de Direito da UCB, o número de vagas destinadas aos deficientes nas dependências da Universidade atende à demanda. Porém, o principal problema é a falta de conscientização por parte dos estudantes, e a fiscalização. “Para conseguir estacionar eu sempre tenho que chegar mais cedo se não às vagas já estão ocupadas, muitas vezes são carros de pessoas que não são deficientes”, afirma Márcio. “Estaciono mesmo” – No ano passado, a Universidade fez uma campanha por meio do Graduação Online, com intuito de conscientizar os estudantes, entretanto a campanha não surtiu efeito, tanto que os alunos continuam estacionando nessas vagas. Um aluno do curso de Direito, que não quis se identificar, declarou que não há vagas suficientes, “quando tenho aula no bloco M, estaciono mesmo”. Já nos outros estacionamentos o estudante disse que sobram mais vagas. Outra estudante, que nem quis dar entrevista, foi flagrada utilizando umas das vagas e portando cartão de autorização destinado ao uso de idosos. O quiosque da empresa de cachorro-quente Hot Pipe, localizada em frente ao bloco M, utiliza as vagas destinadas a deficientes para carga e descarga de material. A justificativa do proprietário é que ainda não foi designada uma vaga para este fim. Disse ainda que sempre deixa um bilhete ou um funcionário do quiosque próximo ao veículo. “Vergonha” – Para Gidion Correia, 31, enfermeiro particular do o estudante do quarto semestre de Direito Diano Leoni, 22, tetraplégico, “é uma vergonha estudantes universitários se portarem desta maneira”. Cerca de três vezes por semana eles se deparam com as vagas todas ocupadas, em sua maioria, por pessoas que não são portadoras de necessidades especiais. Na sexta-feira (19/03), Gidion e Diano esperavam o elevador do Bloco M junto com outros estudantes. Quando o elevador chegou, os estudantes entraram e lotaram o elevador, sem dar preferência ao deficiente. Isso mostra como a sociedade acadêmica pouco se sensibiliza com a questão. Fiscalização – “Quando nós vemos um estudante estacionando em uma vaga reservada sem o selo que autoriza, pedimos que o estudante se retire, alguns saem, mas a maioria diz que pagou pelo estacionamento e que não há vagas, isso porque eles não querem estacionar longe do bloco em que estudam, principalmente no período noturno”, diz Ednilson Silva, vigia do estacionamento. Vale lembrar que o estacionamento é pago por qualquer usuário, inclusive para os portadores de deficiência e idosos. Outro funcionário da empresa Maranata disse que, nesses casos, os vigilantes do estacionamento não têm permissão para realizar a denúncia, isso tem que ser feito pelo estudante que se sentir lesado, porém, o atendimento do Detran informou que qualquer pessoa pode acionar o órgão ou a Polícia Militar, inclusive a empresa gestora do estacionamento privado. A multa para quem estaciona em vagas destinadas a deficientes físicos e idosos é de R$53,20. Por ser considerada infração leve, o condutor perde três pontos na carteira e está sujeito a remoção do veículo. O telefone para denúncias é 154 para o Detran e 190 para a Polícia Militar. Por André Castro e Estela Monteiro Texto publicado em 29/03/2010 - 14:39 no site da Oficina de Produção de Notícias - www.opn.ucb.br |
11 de abril de 2010
O que “vale” para desrespeitar vaga especial no estacionamento
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