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23 de julho de 2010

De volta a Brasília

Eu queria, neste momento, que chovesse para ter certeza, pelo menos por este instante que estava seguro dentro de minha casa, ao ver os pingos caírem do lado de fora e não me molharem.

Este foi o pensamento que passou pela minha cabeça e resolvi anotar, isso há aproximadamente uma semana, quando estava de férias em Minas Gerais, mais precisamente em Lagoa Formosa, cidadezinha de aproximadamente 20 mil habitantes, talvez pouco mais ou pouco menos, não importa. Do nada, sem fazer nada e, quase 15 dias sem chuva (eu que odeio chuva) eu queria que chovesse. É estranho como agente muda, em alguns casos pra melhor, em outros pra pior, mais que muda, muda.

Eu que fui criado naquele lugar, me estranhava até dentro de meu antigo quarto. Minhas cantadas baratas não funcionam mais com as garotas, minhas roupas estavam fora de moda, nem meus amigos de longa data não eram mais os mesmos; Parece que se tornaram um bando de caipiras alcoólatras (falo assim como se eu não bebesse). Agora virou moda usar botinhas e fumar cigarros de palha; Alguns deles, ainda semi-analfabetos e já abandonaram a escola faz tempo. Nem me arrisco a tocar no assunto de livros ou algo relacionado, provavelmente correria o risco de ser ridicularizado.

O que me tocou profundamente foi saber que a única opção da juventude dessa pequena cidadezinha é beber cachaça, é isso mesmo a diversão é buteco. Em Lagoa Formosa não tem teatro, não tem cinema, não tem biblioteca, não tem exposição cultural, não se incentiva à musica, a dança e nem aos estudos. Crianças tomam cachaça (pinga mesmo) como se adultas fossem e, os adultos tomam cachaça como se crianças fossem. Ali os jovens estão morrendo e os velhos vivendo, meu tio resolveu fazer faculdade aos setenta anos, enquanto jovens largam a escola aos 16.

Rever os velhos amigos é sempre bom, ruim é imaginar o que será de alguns daqui a alguns anos.

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