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16 de setembro de 2010

Games, coisa de gente grande


Publicado no site www.opn.ucb.br em 14/09/2010 - 09:57

foto: Camila Rodrigues/ Captura ucb     
Para falar da relação entre videogame e comunicação na X Secomunica, o convidado da noite desta segunda-feira (13/09) foi o coordenador do curso de Comunicação Social da Universidade Feevale de Nova Hamburgo (RS), Cristiano Max Pereira Pinheiro. Cristiano é doutor em Comunicação Social com a tese “Apontamentos para uma aproximação entre jogos digitais e comunicação”.
 
O palestrante começou fazendo um apanhado da evolução do videogame, mostrando o que há de mais moderno no mundo dos games. Para isso exibiu um vídeo de um nerd, dançando, em apresentação do Kinect, novo projeto do console XBox 360, em que não é preciso de um controle para jogar: uma câmera faz todo o trabalho, filma e emite os movimentos ao jogo.

Cristiano mostrou que os jogos não são apenas brincadeira de criança: tanto é que, em 2003, o videogame ultrapassou as bilheterias do cinema. Afirmou ainda que a publicidade já está presente nos games, porém o jornalismo ainda engatinha nesta mídia. “A média entre profissionais envolvidos na criação de um jogo é de um programador a cada cinco profissionais”. Profissionais que vão de artistas a produtores, passando por profissionais de marketing, pesquisador, roteirista e sonoplasta. “O que define o jogo é o tipo de função e orientação que irá dar conta daquele dispositivo”. E onde entra a Comunicação? Segundo Cristiano, o conteúdo é primordial, e “isso cabe a nós da comunicação”.

Publicidade, eleições: oportunidades

Cristiano abordou a questão da publicidade dentro dos jogos, falou dos jogos de redes sociais, como os do Orkut e Facebook, e salientou a convergência no uso dos games. Falou também das pesquisas de campanha e coleta de informações por meio de jogos na internet, como foi o caso da campanha de Barack Obama nos EUA. Questões lúdicas também foram abordadas na palestra. Jogos que trazem mensagens implícitas foram dados como exemplo.

É o caso de um jogo feito sobre os atentados de 11 de setembro: o jogo simula a tragédia do dia seguinte e lida com vingança e inevitabilidade, levando o jogador a passar por situações similares às vividas pelas vítimas. Num jogo como esse, não há vencedores.

Segundo o professor, há um processo de “gamificação” em curso: “Estamos tentando tornar game as coisas do mundo real”. Ou seja, a ideia é “fazer com que as pessoas tenham prazer como recompensa, como nos jogos”. Ele expôs uma série de exemplos com ações publicitárias em que, quanto mais se divertiam, melhor reagiam os participantes.

Ao final, uma turma de espectadores atentos fez perguntas sobre a relação dos videogames com a violência, sobre a implantação de disciplinas voltadas a games nos currículos acadêmicos, sobre o vício em jogos.

A palestra foi transmitida ao vivo na página inicial do site da UCB. Antes da mesa houve apresentação de MPB com Keila Araújo e o violonista Matheus Caetano. O mediador foi o coordenador do Mestrado em Comunicação da UCB, professor João Curvelo. Ao encerrar o evento, ele anunciou que a Universidade Católica de Brasília irá iniciar um grupo de estudos sobre jogos digitais.


André de Castro

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